Bloomberg — O Uber processou um grupo de advogados, prestadores de serviços médicos e motoristas de caronas compartilhadas que, segundo a empresa, teriam encenado acidentes de carro, simulado danos e recebido pagamentos indevidos por procedimentos médicos desnecessários para tirar proveito das apólices de seguro na Flórida, o que custou à gigante das caronas compartilhadas “vários milhões de dólares” em honorários advocatícios.
O Uber acusou o grupo de supostamente conspirar para “gerar uma desculpa para prestar cuidados médicos desnecessários, apresentar falsos pedidos de indenização de seguro e entrar com ações judiciais frívolas para processar por danos inexistentes” entre 2023 e 2024.
Os cinco motoristas citados na ação teriam sido “recrutados com subornos para encenar acidentes”, disse a Uber na ação federal apresentada nesta quarta-feira (11) no sul da Flórida.
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O grupo teria recrutado pessoas que levaram seus carros a oficinas designadas para supostamente criar a “falsa impressão de que os acidentes resultaram em ferimentos”, disse a empresa.
“Embora a investigação da Uber sobre a extensão total do esquema ainda esteja em andamento, a Uber descobriu vários milhões de dólares em custos de defesa e acordos diretamente resultantes desse esquema”, acrescentou.
Os réus citados no processo não responderam imediatamente aos pedidos de comentários.
Esse é o segundo processo de extorsão que o Uber moveu este ano, pois busca vários meios para impedir que advogados de danos pessoais e outros malfeitores tirem proveito de apólices lucrativas e busquem pagamentos altos, disse a empresa.
Em janeiro, a empresa processou um grupo de escritórios de advocacia, médicos e clínicas em Nova York por supostas práticas fraudulentas semelhantes.
A empresa também investiu milhões de dólares em campanhas publicitárias locais e nacionais este ano para pressionar por reformas legislativas nas apólices de seguro.
Todas as iniciativas, segundo o Uber, ajudariam a reduzir os custos crescentes de seguro, que foram repassados aos clientes na forma de tarifas de viagem mais altas, contribuindo para a desaceleração dos negócios de carona compartilhada da empresa nos Estados Unidos.
“Em última análise, os consumidores estão pagando por atividades fraudulentas e, portanto, temos a obrigação de protegê-los”, disse Adam Blinick, que supervisiona as políticas públicas e as comunicações da empresa nos EUA e no Canadá.
“Se virmos algo inapropriado na plataforma, tomaremos as medidas apropriadas para impedi-lo, incluindo processos civis”, acrescentou em uma entrevista, referindo-se à uma lei contra organizações corruptas.
O caso é Uber v. Law Group of South Florida et al, 25-cv-22635-CMA, Tribunal Distrital dos EUA, Distrito Sul da Flórida.
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